sexta-feira, 30 de agosto de 2019

ALGUNS ENSAIOS COM AGREGADOS PARA CONCRETO


Ensaios de materiais


Marco Antônio de Morais Alcantara

Os agregados são materiais de enchimento do concreto. Suas características ou condições de estado podem influenciar nas propriedades deste, seja como no estado fresco como no endurecido. A seguir são apresentadas considerações sobre as principais práticas de avaliação dos agregados miúdos e graúdos, diante dos contextos particulares em que elas tangem a estes, dos meios e acessórios utilizados, da sistemática, dos critérios e das normas técnicas que as prescrevem.


Água incorporada aos agregados

A água pode estar relacionada aos materiais de diversas formas. Ela pode fazer parte da estrutura molecular, estar aderida, ou pode estar livre. Alguns materiais podem ter afinidade com a água, são os materiais higroscópicos. Por esta razão, os agregados miúdos, de modo geral, podem conter água incorporada, aderidas às partículas ou livre.

O conhecimento sobre a umidade associada aos agregados é muito importante, ou preocupante, por algumas razões:

Quando é realizado um estudo de dosagem do concreto, a quantidade de água a ser adicionada normalmente é previamente estabelecida, em função da resistência mecânica requerida, e do manuseio do material.

Ainda, a quantidade de água incorporada ao concreto pode ser importante, tendo em vista o processo tecnológico. Algumas composições são bastante pontuais, não se tolerando na fabricação grandes variações nas quantidades de materiais.  O concreto autoadensável, por exemplo, pode sofrer a influência da quantidade de água, do superplastificante e dos materiais finos. Desvios na quantidade destes constituintes podem ser somados quanto aos seus efeitos, de modo comprometer as condições de estabilidade do concreto, ou seja, ele pode segregar, ou exsudar.

A água incorporada aos agregados pode produzir o inchamento, de modo que o volume de um agregado miúdo, em particular, possa conter quantidade menor em massa do que o esperado, em decorrência do aumento do volume para a mesma massa.


O teor de umidade é definido como a relação entre a diferença entre a massa úmida de um agregado e a massa seca, com relação à massa seca ou seja:

h=Mh-Ms/M (1)

Onde Mh e Ms são as massas úmidas e secas respectivamente.

O teor de umidade pode ser apresentado em porcentagem, multiplicando-se o valor encontrado por 100.

A avaliação da massa seca é realizada após a secagem do material, percebida quando é verificada a constância do valor medido da massa.

Uma vez conhecido o valor da massa úmida, a massa seca do agregado tomado em uma porção é dado por:

Ms=Mh/(1+h) (2)

A diferença dada por Mh - Ms é a quantidade de água que deve então ser descontada da quantidade de água a ser adicionada na preparação do concreto.

Sobre as atitudes que podem ser tomadas com relação ao teor de umidade, pode-se considerar algumas:


-Estimar: neste caso, em obras de pouca responsabilidade estrutural, conforme a experiência, pode-se estimar o teor de umidade do agregado. Por exemplo, por análise táctil, pode-se estimar que uma determinada areia contenha aproximadamente 1% de umidade (por exemplo), que não é até muito perceptível pela simples observação visual.

Diante de condições de aparentar maiores valores de teores de umidade (Figura 1), a avaliação visual ou táctil se torna difícil, e com riscos para a qualidade do concreto. Recomenda-se realizar a avaliação do teor de umidade.   

Figura 1: Agregado miúdo úmido


-Avaliação pelo por método prático: com o auxílio de uma frigideira, um fogareiro, e de uma balança portátil pode-se realizar uma breve avaliação, ateando fogo com álcool sobre o material, conduzindo-se então a secagem do material (Figura 2). Com os valores da massa úmida e da massa seca pode-se calcular o teor de umidade do material.

Figura 2: Teste da frigideira

-Avaliar com auxílio de estufa de infravermelho: com o auxílio de um aparato metálico contendo algumas lâmpadas de infravermelho (Figura 3), pode-se produzir o calor suficiente para promover a secagem do material em tempo coerente com a urgência, menor do que 12 ou 24 horas da estufa convencional. Curvas de correlação devem ser efetuadas de modo a buscar a equivalência do tempo entre a o da estufa convencional e a de infravermelho.

Figura 3: Estufa de infravermelho


-Avaliar por meio de estufa convencional (Figura 4), à temperatura interna em torno de 105 oC.

Figura 4: Estufa convencional


Existe também a avaliação rápida do teor de umidade através do equipamento denominado por Speedy, onde, o valor desta é dada por meio de correlação entre a pressão provocada pelo gás gerado da reação da água com o carbureto de cálcio, contido no aparelho.

As contingências para a avaliação ou estimativa do teor de umidade dos materiais estão evidentemente associadas com a importância da dosagem e com o controle de qualidade do concreto.

Para o caso de avaliação do teor de umidade por meio de aquecimento da amostra em estufa a NBR  99391:1987 prescreve que esta atue em intervalo de temperatura entre 100-110 o C. As amostras devem ser representativas, envolvendo vários pontos de coleta. Para os casos de avaliação com agregados miúdos os valores mínimos de são de 100 g, enquanto que para os casos de agregados graúdos, os valores de massa são tomados conforme a Tabela 1:

Tabela 1: Massa mínima de amostra para o ensaio em função da dimensão máxima característica do agregado
Dimensão máxima característica do agregado (mm)
Massa mínima de amostra para o ensaio (g)
9,5
1500
12,5
2000
19
3000
25
4000
38
6000
50
8000
76
13000
Fonte: NBR 99391:1987  


Para a execução do ensaio se deve primeiro pesar a massa úmida em recipiente apropriado, conduzi-lo à estufa por um tempo mínimo de aquecimento por aproximadamente 12 horas, podendo este variar conforme a amostra. Uma vez dada a constância nos valores das pesagens, considera-se então alcançada a massa seca, podendo ser efetuados os cálculos.

Dimensão média dos grãos do agregado e os valores máximos

As dimensões dos grãos do agregado podem ser importantes na tecnologia do concreto, por diversas razões, tanto em termos dos valores médios como dos individuais, que sejam representativos. Em primeiro, tem-se o aspecto de uma composição ser contínua ou descontínua, ou ainda equidimensional: também, podemos perguntar: qual é o valor máximo do diâmetro de grão que pode ser esperado em uma composição? E ainda, como pode ser qualificado o agregado quanto ao seu caráter de ser fino ou grosso?

Estes aspectos vêm a tocar os agregados de modo diferenciado, conforme o requisito, em termos tecnológicos da produção do concreto, ou das suas propriedades finais; aspectos como a trabalhabilidade vem a definir valores para o diâmetro máximo, ou faixas granulométricas, de modo a favorecer o melhor manuseio, a menor quantidade de água de amassamento, a menor condição imposta de inércia e a ausência de bloqueios em peças densamente armadas.

No estado endurecido, a condição de compacidade permitida pelo arranjo dos agregados pode contribuir para uma melhor condição de resistência mecânica e de impermeabilidade; os vazios deixados pelos agregados influenciam na quantidade de argamassa, e a superfície específica influencia no maior contato entre o agregado e a pasta.  

Estes diferentes aspectos podem tocar os agregados graúdos ou agregados miúdos de modo diferenciado.   

Para a avaliação da granulometria é realizado ensaio de peneiramento. Para tanto, existem conjuntos de peneiras com diferentes valores de abertura de malha, de forma que a disposição destas favoreça a passagem dos agregados por todas elas, e partes diferentes do conjunto de agregados podem ser retidas nas diferentes peneiras (Figuras 5 e 6).

Figura 5: Conjunto de peneiras e acessórios para a avaliação do agregado miúdo


  Figura 6: Conjunto de peneiras para ensaios com agregados graúdos

Existem algumas séries bem definidas de peneiras que podem ser utilizadas em ensaios de granulometria. Estas podem variar quanto a definição da abertura ou o tipo desta, podendo elas apresentar abertura quadrada definida por “tela”, ou redondas, tipo crivos. Outra diferenciação é quanto à distinção da série. Uma determinada peneira de uma série pode ser distinguida pelo tamanho da abertura, ou pelo número de malhas disponíveis em uma polegada.

A norma que orienta a série no Brasil, e os procedimentos dos ensaios, é a NBR NM 248:2003. Também NBR 7211:2005 traz orientações sobre o assunto. A série é dita “Normal”, para a realização de ensaios de granulometria. Esta é caracterizada pelo fato de que cada peneira da série apresenta abertura que corresponde aproximadamente ao dobro da anterior, a partir de 0,15 mm. Deste modo têm-se a sequência que é apresentada na Tabela 2:


Tabela 2: Aberturas das peneiras utilizadas para os ensaios de granulometria
Série normal
Série intermediária
75 mm
-
-
63 mm
-
50 mm
37,5 mm
-

31,5 mm

25 mm
19 mm
-

12,5 mm
9,5 mm
-
-
6,3 mm
4,75 mm
-
2,36 mm
-
1,18 mm
-
600 µm
-
300 µm
-
150 µm
-
Fonte: NBR NM 248:2003

Para fins de refinamento, existe a série denominada por “Série Intermediária”. Pode também ser levada em consideração a inclusão da peneira de 0,075 mm, a qual retém materiais finíssimos.

Agora, vamos atentar para os resultados dos ensaios que são de interesse.

 A porcentagem de agregado retida em uma peneira é tomada por base no valor da massa do material retido em uma determinada peneira, com relação ao valor da massa do material total que foi ensaiado. O ensaio é realizado a partir de uma quantidade previamente definida e pesada dos materiais.

A porcentagem passante é a diferença de 100 menos a porcentagem retida na peneira.

As porcentagens retidas individualmente em uma determinada peneira não representam o conjunto isoladamente, mas são consideradas em conjunto. Em acordo com a NBR NM 248:2003, têm-se que:

a) A porcentagem retida acumulada. Esta é a soma que representa a porcentagem retida em uma peneira, e as retidas nas peneiras que apresentam aberturas nominais maiores do que ela (Por exemplo, se um determinado material é retido na peneira de 9,50 mm de abertura, certamente ele será na peneira de 4,80 mm).

b) Diâmetro máximo do agregado. É a abertura da peneira na qual a porcentagem retida acumulada é menor ou aproximadamente igual do que 5%.

c) Módulo de finura do agregado. É a somatória das porcentagens acumuladas nas peneiras, dividido por 100. Para o cálculo do módulo de finura não são consideradas as peneiras de série intermediária, somente as que pertencem à série Normal.  

O valor em massa do agregado a ser tomado para a realização do experimento pode ser conforme orientação fornecida pela norma NBR NM 248:2003, apresentada na Tabela 3; esta fornece os valores em função da expectativa da dimensão máxima do agregado. O material é referido ao material seco em estufa.

Tabela 3: Dimensão máxima do agregado e a quantidade mínima do material para o ensaio de granulometria.
Dimensão máxima nominal do agregado (mm)
Massa mínima da amostra para o ensaio (kg)
< 4,75
0,3
9,5
1
12,5
2
19,0
5
25
10
37,5
15
50
20
63
35
75
60
90
100
100
150
125
300
Fonte: NBR NM 248:2003

Dos valores apresentados na Tabela, podem ser tomadas as quantidades iguais a m1 e m2 (a qual deve ser reservada).

Algumas orientações, em termos de cuidados, podem ser feitas para a realização dos ensaios, conforme a NBR NM 248:2003:

A quantidade de material sobre as peneiras deve ser disposta de modo a promover a melhor condição de igualdade de acesso a todos os grãos com relação às aberturas das peneiras, e também, de não danifica-las por deformação permanente da tela. As camadas de material não podem ser muito espessas. Segundo a NBR NM 248:2003, para os casos de abertura de malha até 4,75 mm, recomenda-se a carga máxima de 7 kg/m2, enquanto que, para aberturas de malha de peneira maior do que 4,75 mm a carga de materiais distribuídos deve ser de acordo com a seguinte expressão:

M=2,5 x a x s   (3)

Onde

“m” é a quantidade máxima de material que pode ser disposta sobre a peneira, em quilogramas.

“a” é a abertura da malha, em milímetros;

“s” é a superfície efetiva de peneiramento, dado em metros quadrados. 

O tempo de agitação mecânica deve ser tal que se promova a separação e a classificação dos diferentes tamanhos dos grãos do agregado (Figura 7).

Figura 7: Ensaio de granulometria, conjunto de peneiras e agitador mecânico


Uma vez terminada a agitação dentro de um tempo previsto, a peneira superior é destacada para uma verificação com o auxílio de agitação manual com o fundo falso encaixado em baixo; é verificado se, após um minuto de agitação contínuo, a massa passante pela peneira é inferior a 1% do material nela já retido.

Uma confirmado o término da agitação mecânica, o material retido é removido por meio de escovação, e encaminhado para uma bandeja especificada; o material retido no lado interno é considerado como “retido” e conduzido à bandeja (Figura 8), enquanto que o material desprendido da peneira na parte inferior é dado como “material passante”. O material passante deve ser conduzido à peneira superior.

Figura 8: Peneira e material nela retido

 O procedimento é repetido para todas as peneiras da série, quando então é determinada a massa total do material retido. A soma das massas deve ser inferior à 0,3% de m1. O procedimento total apresentado pode ser então repetido para a amostra m2.     

O material que passa na peneira de 0,075 mm é chamado de “Fíler”, e fica retido no recipiente denominado por “fundo”, e este não deve entrar no cálculo do módulo de finura.

Se o material apresentar uma grande quantidade de material pulverulento, este deve ser ensaiado previamente conforme a NBR NM 46:2003. O teor de materiais pulverulentos deve ser considerado no cálculo da composição granulométrica.
A Tabela 4 apresenta os limites estabelecidos pela NBR NM 248:2003 para os agregados miúdos, de modo que eles sejam utilizados de modo a se promover o melhor benefício na mistura.

Tabela 4: Limites estabelecidos pela NBR NM 248:2003 para os agregados miúdos
Peneira com abertura de malha (ABNT NM ISSO 3310-1)
Porcentagem, em massa, retida acumulada
Limites inferiores
Limites superiores
Zona utilizável
Zona ótima
Zona ótima
Zona utilizável
9,5 mm
0
0
0
0
6,3 mm
0
0
0
7
4,75 mm
0
0
5
10
2,36 mm
0
10
20
25
1,18 mm
5
20
30
50
600 µm
15
35
55
70
300 µm
50
65
85
95
150 µm
85
90
95
100
Notas:
O módulo de finura da zona ótima varia de 2,2 a 2,9
O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,2
O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 2,90 a 3,5

Fonte: NBR NM 248:2003 

A avaliação da massa específica absoluta e aparente dos agregados miúdos

A avaliação da massa específica aparente é muito importante para os materiais dentro de circunstâncias particulares.

No caso de se considerar a massa particular de um constituinte ou do total de uma composição de concreto, não se considera os vazios existentes nos materiais. Por outro lado, quando se quer tomar uma determinada quantidade em massa por meio do volume, devemos conhecer a relação da massa por volume de um determinado constituinte.

A Figura 9 apresenta os acessórios utilizados para a avaliação da massa específica absoluta e a aparente, sejam: balança, recipiente de volume conhecido, água e o frasco de Chapmam.

Figura 9: Conjunto para a avaliação da massa específica absoluta e aparente

 Avaliação da massa específica absoluta dos agregados miúdos

De acordo com a NBR NM 52:2009, para a avaliação da massa específica absoluta do agregado miúdo, utiliza-se do frasco de Chapman (Figura 10)

Figura 10: Frasco de Chapman

(i) Adiciona-se água no frasco até a marca de 200 cm3; (ii) adiciona-se areis seca em estufa à temperatura aproximada de 105 0C, no valor em massa de 500 g; (iii) faz-se a leitura do novo volume na graduação do frasco; (iv) observa-se o valor da diferença L-200, o qual é o volume do líquido deslocado pelo agregado.

D = 500/ (L -200)  (4)

Figura 10: Frasco de Chapman e o novo valor da leitura



Determinação da densidade aparente dos agregados graúdos

Ainda, com o auxílio do frasco de Chapman, para a avaliação da massa específica aparente dos agregados miúdos adota-se os seguintes procedimentos:

(i)Tara-se o frasco de Chapman. A massa é “m”; (ii) introduz-se areia seca em estufa, até a marca de 200 cm3.; (iii) pesa-se o conjunto “frasco+areia seca”. O total é “M”;  (iv) a massa dos 200 cm3 de areia seca é dado por “M - m”.

E o volume já é definido; então:

d = (M - m)/200  (5)


 Outra forma de avaliar a massa específica aparente de um agregado miúdo consiste em:

(i) Tomar um recipiente de volume conhecido e massa conhecida (Figura 11); (ii) verter o agregado miúdo dentro do recipiente, sem promover compactação (Figura 12); (iii) rasar tornando a superfície plana (Figura 13); (iv) pesar o conjunto (Figura 14); (v) descontar do valor da massa a tara do recipiente; (vi) efetuar o cálculo da massa do agregado miúdo pelo volume do recipiente.

 
                                                           Figura 11: Recipiente                Figura 12: Deposição

 
                                                       Figura 13: Regularizando           Figura 14: Avaliação da massa do conjunto
  
Determinação do teor de umidade pelo método do frasco de Chapman:

Sabe-se que

Ps = Ph(1+h)   (6)

Para se determinar o teor de umidade da areia pelo método do frasco de Chapman adota-se o seguinte procedimento:

(i) Coloca-se água no frasco até a marca de 200 cm3.; (ii) introduz-se, depois, 500 g de areia úmida, a ensaiar; (iii) faz-se a leitura do nível L alcançado.

O volume que é ocupado pelo agregado somente é dado por Ps/D, e o volume de água que estava incorporada ao agregado é dado por hPs. Então:

L = 200 + Ps/D + hPs = 200 + [500/(1+h)]/D + 500h/ (1+h)

Desenvolvendo, tem-se que:

h = (L - 500/D - 200)/ (700 - L)    (7)

Determinação da curva do inchamento da areia

A avaliação do inchamento da areia é prescrita conforme a NBR 06467:1987. Tomando-se como ponto de partida o caso de uma areia seca, pode-se provocar a variação no teor de umidade para valores de 1, 2, 3, 4% e outros valores, e verificar os volumes úmidos, a partir da comparação entre L e o valor inicial dado por 200 cm3. Obtém-se assim, desta forma, a curva do inchamento da areia (Figura 15).

Da curva do inchamento da areia pode extrair valores importantes. Observe a Figura 15. Ao se traçar uma reta paralela (2) ao eixo das umidades tangenciando o ponto de máximo valor na curva de variação relativa de volume (1), e, traçando-se uma corda que une o ponto da origem a este ponto de tangencia (3), pode-se traçar uma outra reta paralela a esta corda (4) que, o ponto de intersecção desta (4) com a primeira paralela (2), projetado no eixo das umidades, define o ponto de umidade crítica. Como se pode observar, o ponto de umidade crítica não é necessariamente o ponto de maior variação volumétrica da areia. A média dos coeficientes de inchamento nos valores de umidade crítica e nos valores máximos de inchamento, é conhecida como o coeficiente médio de inchamento da areia.

Figura 15: Curva de inchamento da areia e procedimento gráfico para a determinação da umidade crítica


A avaliação do teor de materiais pulverulentos dos agregados

A avaliação do teor de materiais pulverulentos dos agregados é prescrita pela NBR 7218:1987.

Para tanto, realiza-se a separação entre o agregado miúdo e o agregado graúdo, peneira-se as porções obtidas por meio das peneiras de 1,2 mm para o agregado miúdo, e de 76, 38, 19, e 4,8 mm para o agregado graúdo, e pesa-se e separa-se em bandejas as porções retidas, e promove-se posteriormente o destorroamento dos materiais friáveis perceptíveis nos agregados para cada caso de peneira. O material é novamente peneirado, e compara-se o peso dos materiais retidos em cada caso de peneira antes e depois do destorroamento. O resultado é expresso em termos percentuais, com relação ao material antes e depois do destorroamento.

Determinação de impurezas orgânicas húmicas do agregado miúdo

É prescrito pela NBR NM 49:2001. O agregado é misturado com solução de hidróxido de sódio à 3%, o conjunto é agitado e mantido em repouso por aproximadamente 24 h. A solução é filtrada e recolhida. A presença da matéria orgânica é constatada por comparação com uma solução padrão de ácido tânico à 2%. Se a cor da solução for mais intensa do que a da solução padrão, a areia é suspeita.

Determinação da massa unitária para agregados graúdos

A massa unitária do agregado é definida pela relação entre a massa do agregado e o seu volume, incluindo os vazios. Ela pode ser determinada de modo espontâneo, por meio do acondicionamento do agregado em um recipiente sem que haja a compactação ou adensamento, procurando-se reproduzir as condições que podem existir na obra, ou com compactação, de modo a se conhecer o valor da massa unitária quando o agregado está na condição de compactado seco.

A determinação da massa unitária no estado solto é prescrita conforme a NBR 7251:1982, enquanto que no estado compactado é definida pela NBR NM 45:2006.

Determinação da massa específica real para agregados graúdos

No Brasil, a avaliação é prescrita conforme a NBR 9937:1987.

A avaliação da massa específica real pressupõe a realização de uma experiência que envolva o peso do material seco em estufa, e o volume do material, desprezando-se os vazios deste. Uma forma de se realizar a experiência pode ser com a utilização de uma balança hidrostática. O volume do material pode ser compreendido como o volume do líquido deslocado, sendo este conhecido por meio da diferença entre o peso do material saturado e seco com pano úmido (Pa), e o peso do material submerso (Pa’). A densidade é então dada por:

D= P/(Pa-Pa’)     (8)

Bibliografia

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 7218 Agregados-Determinação do teor de argila em torrões e materiais friáveis. Rio de Janeira, 1987, 2p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 7218 Agregados-Determinação do inchamento de agregado miúdo. Rio de Janeira, 1987, 5p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 7218 Agregado miúdo-Determinação de impurezas orgânicas. Rio de Janeira, 2001, 3p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 7251 Agregado em estado solto- Determinação da massa unitária. Rio de Janeira, 1982, 3p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR NM 45 Agregados-Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeira, 2006, 18p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 9937 Agregados-Determinação da absorção e da massa específica do agregado graúdo. Rio de Janeira, 1987, 6p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR NM 52 Agregado miúdo-Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeira, 2009, 12p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR NM 46 Agregados-Determinação do material fino que passa através da peneira de 75 μm, por lavagem. Rio de Janeira, 2003, 6p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 7211 Agregados para concreto-especificação. Rio de Janeira, 2005, 11p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR NM 52 Agregado miúdo-Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeira, 2009, 12p.

Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR NM 248 Agregados miúdo-Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeira, 2009, 13