Vida acadêmica
Marco Antônio de Morais Alcantara
Isto vem à tona quase sempre na vida acadêmica e profissional, quando então, a pergunta se modifica em, quem foi o seu orientador?
Mas, aqui, longe de te qualificar pela sua resposta, gostaria de explorar alguma coisa sobre esta figura. Como ele de algum modo pode afetar a nossa vida?
Em princípio, é indiscutível que o orientador deve ser aquela pessoa que possui o conhecimento específico dentro da área que você decidiu estudar, ou, a melhor pessoa em uma instituição que possa assumir o tema. Esta deveria ser a regra, a qual tem sido dominada pela regra do que tem "pedgree" no meio acadêmico. Infelizmente, muitos orientadores acabam cumprindo com um papel quase que exclusivamente burocrático, ao longo do desenvolvimento do trabalho do aluno, vindo este a se socorrer em busca do apoio de outros.
O orientador, embora tenha vínculos acadêmicos como sendo os mais importantes, ele acaba de alguma forma transmitindo muitos outros ensinamentos de vida, de ética, e de postura.
Muitas vezes distantes, ou, muitas vezes próximos, os orientadores vêm a ser diferenciados pelos orientados desta maneira. De fato, o orientador deve ser presente, nos momentos mais decisivos do trabalho ou da vida acadêmica do discente.
Existe também a figura do co-orientador. Tem sido erroneamente compreendido que este é orientador, mas em um papel secundário. Ficaria como que um "substituto" mediante a ausência do orientador principal. Mas, na verdade, o co-orientador é instituído muitas vezes diante do fato que este tenha mais domínio específico sobre um determinado assunto, do que o próprio orientador, dentro de uma parte específica do trabalho. Quando eu fiz o mestrado na Universidade Federal de Viçosa o tema que eu escolhi foi o da estabilização química de solos. Tive então um co-orientador do Departamento de Ciência do Solo para me auxiliar nessa parte específica; e quando eu fiz o doutorado em Toulouse-Fr, eu tive além do meu orientador principal dois co-orientadores, um relativo ´reologia do concreto fresco, e outro relativo aos ensaios do concreto endurecido com fibras. Fica então evidente que o co-orientador não exerce um papel secundário, mas decisivo no desenvolvimento e na conclusão do trabalho. O orientador não deixaria de ter o seu mérito pela gestão global do trabalho.