sábado, 9 de julho de 2016

A TECNOLOGIA DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


Materiais e desempenho

Marco Antônio de Morais Alcantara

1) Generalidades:

A madeira é um material de construção de uso consagrado onde ela é conhecida e reconhecida como material de construção permanente, exista tradição e conhecimento das técnicas construtivas para a sua utilização racional, e também a sua ocorrência seja abundante.


BAUER(1992) apresenta como fatores favoráveis para a sua utilização as seguintes:

 - O material apresenta boa resistência mecânica tanto à tração como à compressão.
 - As técnicas construtivas utilizadas são simples, exigindo o uso de ferramentas simples.
- A madeira apresenta boa resistência aos impactos, devido à sua resiliência, quando comparado com outros materiais.
- A madeira não se desagrega diante de um incêndio, como os materiais cerâmicos, nem perde a resistência como os metais.
- O custo de produção da madeira não é muito elevado.

Por outro lado, o material têm como desvantagem as seguintes:

 - O material é um bom combustível.
 - O material é bastante sensível às variações de umidade, com o surgimento de tensões internas.
- Quando em ambientes que favorecem, o material é alvo de agentes biológicos de degradação.
- O material possui uma estrutura fibrosa e orientada, a qual acarreta heterogeneidade e anisotropia nas propriedades.
- O material apresenta limitações em suas direções.

As técnicas de se contornar estas limitações são alvo do presente curso.

2) Onde a madeira participa na construção civil:

 a) Fundações: Embora recentemente se têm-se adotado outras soluções com mais frequencia para a execução de estacas pré-moldadas, a madeira ainda pode ser uma solução alternativa para a esta finalidade. No caso, deve-se considerar a variação do lençol freático, a qual deverá se constituir em uma condição de umidade favorávelpara o ataque biológico; o tratamento de imunização da madeira deve ser então efetuado.

 b) Estrutura  Deve-se considerar a qualidade da madeira, a condição em que se encontra o material em termos de degradação, o comportamento mecânico, e a situação particular de solicitação.

 c) Pavimentos, vedações e revestimentos: Da mesma forma deve se atentar para a qualidade, a durabilidade, e as propriedades de conforto ambiental que o material pode proporcionar.

d) Esquadrias: Devem ser feitas as mesmas considerações anteriores, e deve-se também atentar para a interação do material com o meio, como por exemplo, a retratilidade.

3) Fisiologia e crescimento:

 As madeiras que interessam para construção são divididas em dois grupos básicos distintos em termos de classificação e fisiologia: as ginospermas, ou resinosas, ou coníferas; e as dicotiledôneas, ou folhosas. As primeiras apresentam  células alongadas com a função de transporte de seiva e sustentação, e canais resinosos; enquanto que as segundas se caracterizam por apresentar as células compondo fibras, e vasos lenhosos para a condução de seiva. Os raios medulares são comuns às duas espécies.

 Os principais elementos dos vegetais superiores, e o que neles acontece, é de grande importância para a compreensão do material que um dia foi árvore. Então têm-se que, na raíz ocorre a retirada da água e dos sais minerais; nas folhas a produção da seiva elaborada; e no tronco, ocorre a transporte da seiva bruta e da seiva elaborada. A parte que sustenta a árvore é o lenho. O lenho se apresenta com duas zonas bem contrastantes: o alburno e o cerne (Figura 1). 


Figura 1: O Alburno e o Cerne

O alburno apresenta cor clara, é composto de células vivas, é a parte mais externa, é menos denso, e abriga em seu interior seiva elaborada, de modo a ser um atrativo para insetos e predadores da madeira. O cerne, pelo contrário, é a parte interior, composto por células mortas e tem côr escura. O cerne é mais denso, e tem maior resistência mecânica, de modo a ser o elemento de sustentação da árvore; e além disto, é impregnado de taninos, corantes, e outras substâncias tóxicas, de modo que, este é menos atacável por agentes biológicos de degradação.

A medula é um tecido frouxo, mole, e esponjoso, vestígio do vegetal ainda jovem quando era constituído de tecido meristemático. A medula consiste em um ponto de fraqueza para o material, face a degradação do tecido, e fácil acesso por insetos predadores. Os raios medulares são desenvolvimentos transversais radiais, de células lenhosas com a função principal de transporte e armazenamento de nutrientes.  O câmbio é uma camada de tecidos vivos, situado entre a casca e o lenho, constituído por tecidos em constante transformação. No câmbio ocorre a transformação dos açúcares em celulose e lignina.

 O crescimento transversal da árvore se dá por meio da adição de novas camadas de células concêntricas, provenientes da atividade que ocorre no câmbio; são formados então os anéis de crescimento, particularmente nos períodos de primavera-verão, e verão-outono. A Figura 2 procura ilustrar os anéis de crescimento. 


Figura 2: Os anéis de crescimento

Os anéis de crescimento contribuem para o marcante comportamento anisotrópico da madeira tendo em vista que: os anéis formados no período de primavera-verão apresentam células largas e paredes finas, já os formados no período de verão-outono possuem paredes largas e células finas; de modo que o comportamento do material na retratilidade seja diferenciado quanto a direção, e o comportamento mecânico também. São reconhecidas três direções com relação aos anéis: a direção axial, a direção radial, e a direção tangencial (Figura 3).



Figura 3: Os anéis de crescimento e as direções princpais

4) Condições de estado, comportamento e propriedades da madeira:
        
Dentre as diferentes condições em que a madeira pode se apresentar, chama atenção a umidade em que esta se apresenta. Esta influi de maneira geral nas suas propriedades e comportamento, como por exemplo no volume do material, na densidade, na resistência mecânica, e no potencial para a retratilidade. Em face disto, esta deverá ser apresentada em primeiro lugar.

 4.1) Umidade: A umidade é o resultado da incorporação da água ao material, e esta pode se apresentar incorporada na madeira sob as seguintes formas: água de constituição, água de impregnação, e água livre.  A água de constituição faz parte do tecido lenhoso, não sendo retirada senão pela destruição deste; a água de impregnação está aderida ao tecido lenhoso por forças higroscópicas, e pode deixar o tecido lenhoso mediante a temperatura e as condições higrométricas do meio, podendo inclusive tanto deixar o tecido, como ter aumentada a sua presença neste; e a água livre é a água que não está ligada ao tecido, presente nos poros, e é eliminada facilmente pela evaporação.

         O teor de umidade de umidade é expresso pela relação:

         h(%) = [(Ph - P0)/ P0].100    

         Onde:
Ph se refere ao peso úmido do material;
P0 se refere ao peso seco do material, quando seco em estufa em temperatura em torno de 105 0C, após a constância de peso;

Alguns destes valores assumem importância particular para o estudo das madeiras, a saber:

 a) Ponto de saturação ao ar: Se refere ao teor de umidade onde as paredes das células estão completamente saturadas de água de impregnação, sem que esta extravase para os vazios celulares. Corresponde ao teor aproximado de 30%.

b) Teor de umidade de sêca ao ar: É alcançado quando há equilíbrio entre as tensões de vapor do ambiente e dos tecidos impregnados. Este pode ser identificado quando o material apresenta constância de peso entre duas pesagens sucessivas brevemente distânciadas. Este ponto corresponde ao teor aproximado entre 13 a 17%.       

c) Teor de umidade normal: Para fins de comparação em espécies diferentes, é definido o teor de umidade de 15% para a determinação das características físicas do material.


Algumas definições podem ser apresentadas com respeito estado em que o material se encontra com relação à umidade, dados no quadro 01, na página seguinte.

4.2) Retratilidade: É a propriedade que apresentam as madeiras de sofrer alterações de volume e dimensões quando o seu teor de umidade varia entre o ponto de saturação ao ar e a condição de seca em estufa. Outras denominações para o fenômeno são: contração, inchamento, e trabalho das madeiras. Quanto ao tipo, ela pode ser volumétrica ou linear, e, a última por sua vez, se subdivide em tangencial, radial, e axial. O Quadro 1 apresenta a condição que a madeira pode ser encontrada, conforme Bauer (1992).

Quadro 01: condição em que a madeira se encontra com relação à umidade
Madeira verde
h(%) > 30%
Madeira semi-seca
30% > h(%) > 23%
Madeira comercialmente seca
23% > h(%) > 18%
Madeira seca ao ar
17% > h(%) > 13%
Madeira dessecada
13% > h(%) > 0
Madeira completamente seca
h(%) = 0


A contração volumétrica pode ser expressa como a variação de volume porcentual entre as condições de madeira verde ou seca ao ar para a condição de seca em estufa, no primeiro caso é a contração volumétrica total, e no segundo, a contração volumétrica parcial. As fórmulas são dadas por:

Contração total
         Ct = [(Vv - V0)/V0]. 100
        
Contração parcial
         Ch = [(Vh - V0)/V0].100

onde: 

Ce Ch são as contrações totais ou parciais;

Vv é o volume da madeira ainda verde; Vh é o volume da madeira seca ao ar; e V0 é o volume da madeira seca em estufa. Para se obter a retratilidade linear, a variável “volume” é substituída pela variável que representa a dimensão na direção em que se quer avaliar o fenômeno.

A variação porcentual de volume para 1% na variação do teor
de umidade é calculada dividindo-se a contração volumétrica parcial pelo teor de umidade de seco ao ar, é e denominado por coeficiente de retratilidade volumétrica. Então tem-se que:

         V = Ch/h

4.1) Aspectos do comportamento da retratilidade: A variação volumétrica ou dimensional ocorre enquanto o teor de umidade varia de completamente seca até o ponto de saturação ao ar; a partir daí o processo cessa. O processo ocorre em resposta às variações das condições de temperatura e umidade do meio. Em termos da magnitude do fenômeno para os três tipos de retração, de modo geral, a retratilidade linear axial é bastante baixa, a tangencial é o dobro da radial, e a volumétrica é aproximadamente a somatória das anteriores.

Quanto à magnitude da retratilidade por espécie de madeira, esta pode ser diferenciada conforme o valor da retratilidade volumétrica total, e do coeficiente de retratilidade. Têm-se então que, conforme o valor da retratilidade, esta pode ser qualificada como forte(15 a 20), média(10 a 15) e fraca(5 a 10). Do ponto de vista do coeficiente de retratilidade, esta pode ser qualificada como exagerada(0,75 a 1), forte(0,55 a 0,75), média(0,35), e fraca(0,15 a 0,35).
         
Os elevados valores de retratilidade implicam em madeiras com facilidades para a formação de fendas, de modo que a secagem deve ser efetuada com cuidado, e o desdobramento não deve ser muito demorado após o abate e beneficiamento inicial. As madeiras com menor índice de retratilidade são madeiras de caráter mais nobre, adequadas para peças de marcenaria; e em situação intermediária têm-se aquelas que apresentam fendas médias de secagem, aptas para obras de carpintaria. Não se devem dispensar ainda nestes casos os cuidados em termos de beneficiamento e produção adequada das peças, orientadas conforme a melhor situação com relação aos anéis de crescimento.

Um quadro das espécies brasileiras conforme o comportamento na retratilidade é apresentado a seguir:


Quadro 02: Retratilidade das espécies de madeiras nacionais

Espécie
Retratilida-de
radial(%)
Retratilida-de tangencial (%)
Retratilida-de volumétrica
(%)
Coeficiente de retratilidade
Açoita-cavalo
3,04
7,29
11,93
0,44
Cabriúva
2,75
6,12
10,93
0,47
Canela-preta
2,90
7,16
14,51
0,46
Cedro
2,96
5,40
11,81
0,38
Eucalípto
6,46
17,10
23,24
0,56
Louro
3,42
7,78
10,30
0,41
Pinho
3,50
6,76
13,10
0,51
Peroba
3,70
6,90
12,20
0,55
Fonte: Bauer (1992)

Finalmente, deve-se atentar para o comportamento anisotrópico da retratilidade linear. Dado ao fato de que existem dois tipos de extratos formados, considerando-se os períodos de primavera-verão e verão-outono, têm-se a existência de materiais diferentes, também apresentando comportamento diferente com relação aos movimentos decorrentes da retratilidade. Na direção tangencial, o lenho de verão-outono se dilata com maior intensidade, dominando o processo; e no sentido radial, os efeitos são atenuados.

Como meios de se atenuar o efeito anisotrópico da retratilidade têm-se:

- Empregar o material de preferência em teor de umidade compatível com a condição de umidade do ambiente;

- produzir as peças orientadas conforme a direção favorável com relação à disposição dos anéis de crescimento (largura da peça o máximo na direção radial do tronco);

- impregnar as peças com óleo e resinas impermeabilizantes.

A Figura 4 procura ilustrar a influência dos anéis de crescimento com relação ao tipo de produção de peças.


Figura 4: Influência dos anéis de crescimento e da posição da peça

Como sugestão para a utilização das peças de madeira e o teor de umidade, é apresentado o Quadro 03, abaixo, conforme Bauer (1992):

Quadro 03: Tipos de construções e ambientes conforme as condições de umidade
Teor de umidade
Tipo de construção
30%
Construções submersas, pontes etc..
18 a 23%
Construções expostas, como torres, cimbres etc.
16 a 20%
Construções abrigadas mas largamente expostas, como hangares, entrepostos, telheiros etc.
13 a 17%
Construções em locais fechados e cobertos, como telhados e entrepisos.
10 a 12%
Emprego em locais fechados e aquecidos.
8 a 10%
Emprego em locais com aquecimento artificial.


5) Densidade: A densidade da madeira é definida pela massa específica aparente- relação entre o peso e a unidade de volume total. Esta pode variar com a espécie de madeira, a posição de origem na árvore, e o teor de umidade. A densidade assume um papel importante no estudo das madeiras porque elaexprime a maior ou menor concentração de tecido lenhoso, refletindo-se na resistência mecânica e na trabalhabilidade. Um exemplo curioso é o da aroeira, árvore conhecida por ser de difícil manuseio e grande durabilidade. Este fato se deve à grande porcentagem de cerne com relação ao alburno, no lenho desta espécie. O quadro 04 apresenta a densidade média para as espécies nacionais mais conhecidas, conforme Bauer (1992):


Quadro 04: Densidade das espécies nacionais mais conhecidas
Espécie
Densidade(kg/dm3)
Açoita-cavalo
0.62
Cabriúva
0,89
Canela
0,63
Cedro
0,49
Eucalípto
0,89
Louro
0,69
Peroba
0,76
Pinho
0,56


6) Propriedades da madeira: Dentro das propriedades da madeira, as que mais interessam para construção são as propriedades mecânicas, o desempenho térmico, o desempenho acústico, e o desmpenho quanto ao fogo. As propriedades mecânicas da madeira são discutidas em tópico à parte. Com respeito ao desempenho em edificações, têm-se que a madeira apresenta bom desempenho como isolante térmico; mau desempenho como isolante acústico, porém bom condicionador acústico do ambiente; e, com respeito à ação do fogo, existe o problema da combustibilidade, o qual pode ser atenuado com a adição de produtos retardadores de chama, denominados por ignifugantes.

7) Produção e beneficiamento da madeira:

 A produção de madeiras se dá primeiramente com o abate da árvore, seguida da toragem, desseivamento, falquejamento, e desdobramento. O desdobramento assume importância fundamental, quando se considera a orientação das peças com relação aos anéis de crescimento. A produção das peças de madeira termina com o aparelhamento, onde são produzidas as peças de acordo com as bitolas comerciais.

Em face das limitações da madeira natural se procede o seu beneficiamento, o qual é apresentado à seguir:

 7.1) Secagem: A secagem diminui o trabalho das madeiras, a atração por insetos xilófagos; reduz o peso; melhora a qualidade mecânica das madeiras; e torna a madeira apta para receber os tratamentos imunizantes. A secagem pode ser natural ou forçada.

 A secagem natural é aquela que se processa com a exposição da madeira ao meio, viabilizada pela tendência que esta tem de entrar em equilíbrio de umidade com o ambiente. É certo que esta sofre a influencia das condições do ambiente,podendo ser lenta, ou outras vezes, mau conduzida (quando a evaporação da superfície não esta sincronizada com a difusão interna da umidade). A secagem forçada se processa por meio da introdução de ar quente em estufa de secagem, com temperaturas crescentes e graus higrométricos adequados. A secagem forçada pode se dar também pela utilização de raios infravermelhos que produzem calor, produtos químicos hidrófilos, e passagem de corrente elétrica; porém alguns destes métodos são pouco utilizados.


No caso de estufas de secagem, o mecanismo básico atuante é o equilíbrio natural que se o forma entre a madeira e o meio; e este é constantemente modificado gradativamente de forma proposital, de modo a se alcançar estágios sucessivos na condição de umidade da madeira, até o teor desejado.


7.2) Tratamento da madeira: Os principais inimigos da madeira são: As bactérias, os fungos xilófagos, os insetos xilófagos, as formigas, e alguns tipos de moluscos. Destes, alguns se alimentam da seiva presente nela, e outros, do próprio tecido. As condições ideais para o ataque das madeiras são: presença de umidade acima de 20%, e abaixo do ponto de saturação; temperatura variando entre 0 a 30 0C (entre 30 0C e 50 0C alguns seres vivos ficam em forma latente), presença de ar, e presença de alimento.

Alguns cuidados podem ser tomados de imediato para a preservação da madeira, como a desseivagem e a secagem, pois diminuem o atrativo do alimento; e a madeira imersa não possibilita a presença de ar para a sobrevivência dos predadores. Um tratamento mais atuante seria a impregnação dos tecidos lenhosos com produtos químicos tóxicos, os quais inibem a sobrevivência dos organismos.

A impregnação de produtos químicos pode ser por meio de pinturas, imersão, e tratamento em autoclave; e na sequencia apresentada, o grau de atuação do tratamento é crescente. A pintura envolve a parte superficial da madeira e é recomendada para o caso de peças que deverão ficar cobertas, sujeitas á fracas variações higrométricas, como telhados, entrepisos, forros; e da mesma forma a imersão, onde a penetração não deve atingir mais do que 2 a 3mm de espessura do material. No caso da autoclave, o material é submetido à uma espécie de “panela de pressão”, onde o produto pode alcançar os pontos mais profundos do material.

8) A transformação da madeira: A madeira transformada têm por fim os seguintes objetivos:

a) satisfazer a exigência de homogenidade do material, proporcionando isotropia no comportamento físico-mecânico;
b) possibilitar a aplicação de produtos químicos de tratamentos de forma mais eficiente;
c) possibilitar a execução de grandes chapas de madeira, de modo a se compor grandes painéis;
d) aproveitar todo o material lenhoso contido nas árvores.

A maneira pela qual esta pode ser realizada pode ser dada pelas formas à seguir.

 8.1) Madeira compensada: A madeira compensada é formada pela superposição de lâminas que são coladas entre si com as fibras em direção perpendicular entre si. As folhas são retiradas da madeira num torno de desenrolar, chamado “descascador”, produzindo-se lâminas de 1 a 6 mm de espessura, ou são produzidas em uma máquina chamada “faqueadeira”, com a produção de lâminas de 1mm de espessura. As lâminas são coladas por resina sintética.


As vantagens da madeira compensada são: A possibilidade de se produzir grandes chapas; a maior resistência e a menor variação dimensional; o melhor aproveitamento da madeira. A madeira compensada é utilizada em móveis, revestimentos de tetos e paredes, fôrmas para concreto armado, e telhas para cobertura.

8.2) Madeira reconstituída: É obtida a partir da reaglomeração da madeira feita à fibras. É utilizada como isolamento térmico e vedação.

8.3) Madeira aglomerada: É formada de fibras ou lascas de madeira impregnadas de substâncias anti-pútridas, anti-parasíticas, e ignífugas, aglomeradas por um aglomerante mineral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAUER, L.A.F  Materiais de construção, São Paulo, 1992, Livros Técnicos e Científicos, 2, p.526-554.
PETRUCCI, E. Materiais de construção. Porto Alegre, 1978, Globo, 435p. 


Sobre o autor:

Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004);  e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.