Materiais e componentes de construção
Marco Antônio de Morais Alcantara
Por materiais orgânicos compreende-se aqueles onde o carbono participa como elemento básico, na formação de
cadeias especiais; distinguem-se destes os materiais bastante conhecidos taos como os plásticos, os materiais betuminosos, as
resinas, os elastômeros,
e convém saber que existem também algumas associações de materiais orgânicos
com outros de natureza inorgânica, e, intervenções na composição, como nos
exemplos do fiberglass e do silicone. O uso dos materiais orgânicos na
construção civil tem sido mais frequente nos últimos anos, de modo que o
conhecimento destes em termos de conceituação e propriedades tecnológicas é
considerado como básico nos cursos de construção civil. Inicialmente, será
conceituado os polímeros, termo este
comum aos materiais orgânicos.
Polímeros, processo de formação e estruturas
Por polímero se entende um composto formado
por unidades básicas repetidas denominadas por monômeros ou meros. O
monômero pode ser variável em termos da quantidade de duplas ou simples
ligações, presença de elementos diferentes do carbono, orientação das ligações,
e outros aspectos, mas o elemento principal é o carbono. As figuras seguintes apresentam as fórmulas químicas de polímeros, distinguindo-se os monômeros ou meros como unidades básicas, Figura 1(a) e 1(b), e tipos diferentes de monômeros e com associações, Figura 2 (a),2(b), e 2(c), conforme Van Vlack (1988).
Figura 1 (a) e 1(b): Monômeros ou meros
Fonte: Van Vlack (1988)
Figura 2(a), 2(b) e 2(c)
Monômeros, e suas associações com radicais ou elementos químicos
Fonte :Van Vlack (1988)
Por co-polímero, se entende o composto onde existe pelo menos dois tipos de
unidades básicas para compor o polímero, ou seja, mais de um tipo de mero.
Quando se considera o peso molecular do
composto ou molécula, e o peso molecular do monômero representado no composto,
obtêm-se o grau de polimerização, através da relação entre
os dois valores. O crescimento do grau de polimerização implica no tamanho da
molécula e interação molecular. Com o aumento do grau de polimerização(G.P), os
materiais podem se encontrar como líquidos, graxos ou sólidos. Como exemplo
tem-se que o PVC apresenta o G.P em 500.
Por polimerização, se entende o
processo de formação do polímero, o qual pode ser por adição ou por condensação.
No primeiro caso, o processo ocorre por somatória dos monômeros individuais, os
quais são unidos pelas ligações expostas, sob a ação de um catalisador físico;
e no caso da condensação, o desenvolvimento ocorre com a formação de
subprodutos de reação. A Figura 3 ilustra o processo de polimerização conforme é apresentado em Van Vlack (1988).
Figura 3: Processo de polimerização
Fonte: Van Vlack (1988)
O conceito de funcionalidade está associado ao número de ligações
possíveis do monômero. Por exemplo, um monômero
com duas ligações possíveis é bi-funcional, enquanto que um que permita três
ligações é tri-funcional, e tetra-funcional, no caso de quatro ligações. O
número de ligações, por sua vez, se relaciona com a forma possível que o composto
pode receber no seu desenvolvimento.
Associada
a funcionalidade, tem-se a estrutura.
De modo geral, um polímero bi-funcional se ajusta a forma linear, devendo haver
grande importância a participação das forças de Van Der Waals para a ligação
entre as cadeias poliméricas. Por outro lado, os polímero tri ou
tetra-funcionais permitem a formação
de arranjos tridimensionais. Neste caso as ligações formadas são todas ligações
químicas fortes, contrárias as forças de Van Der Waals. As Figuras 4 e 5 ilustram os casos de cadeias lineares e tridimensionais, conforme Van Vlack (1988).
Figura 4: Polímero linear
Fonte: Van Vlack (1988)
Figura 5: Polímero tridimensional
Fonte: Van Vlack (1988)
A cristalização
de polímeros consiste em um alinhamento da cadeia; obtém-se desta maneira um pacote
mais denso. É obvio que este processo se restringe ao caso dos polímeros
bi-funcionais ou lineares. Outra questão particular no desenvolvimento e na disposição do polímero é o caso das ligações
cruzadas, resultante de ligações pontuais entre cadeias lineares, por
ligações covalentes, e, finalmente pode-se falar da ramificação, quando uma cadeia principal se bifurca em outros
ramos. O resultado imediato da ligação cruzada é o fortalecimento do material
resultante, o qual tinha as cadeias unidas anteriormente apenas por forças de Van Der Waals, e, no caso da ramificação, a interação e entranhamento se tornam
maior. As Figuras 6 e 7 ilustram os casos de ligações cruzadas e de cadeias ramificadas, conforme Van Vlack (1988).
Figura 6: Ligações cruzadas
Fonte: Van Vlack (1988)
Figura 7: Cadeias ramificadas
Fonte: Van Vlack (1988)
Aditivos especiais dos polímeros
Alguns aditivos são adicionados aos polímeros, previstos na formulação, e com vistas a melhorar o desempenhos destes. Dentre os aditivos, Andrade (2010) os apresenta como os seguintes:
a) Aditivos plastificantes:
Os aditivos plastificantes tem por objetivos intervir nas propriedades mecânicas, como por exemplo a flexibilidade, a ductilidade e a tenacidade. Polímeros que tendem a ser rígidos por natureza tendem a ganhar flexibilidade com o uso de aditivos plastificantes. Os aditivos plastificantes atuam particularmente se posicionando entre macromoléculas dos polímeros, distanciando-as e reduzindo as ligações moleculares. os aditivos plastificantes são aplicados na forma líquida e tendem a ser voláteis com o tempo, de forma que o material tende á ganhar rigidez.
b) Pigmentos:
Os pigmentos tem por função colorir ou dar opacidade aos polímeros. Como nos demais casos genéricos os pigmentos podem conferir estabilidade e proteção quanto à ação dos raios ultravioleta. Para isso eles atuam como barreiras e filtram a radiação. os pigmentos são materiais sólidos granulares e que não se dissolvem na mistura.
c) Estabilizantes:
São materiais que protegem o material da radiação ultravioleta e da oxidação. são compostos por sais, fosfitos, e cetonas.
d) Retardadores de chama:
Estes são materiais que tendem a aumentar a resistência do material à propagação de chamas, atuando por meios de diminuição da temperatura no local da queima ou interferindo diretamente nos fatores que conduzem á combustão.
e) Cargas:
Consistem em materiais de reforço e diminuição de custos do polímeros. Dentre as cargas têm-se as fibras de vidro ou o "negro de fumo", o talco e a serragem.
Propriedades gerais dos polímeros
a)
Propriedades mecânicas:
As propriedades mecânicas dos polímeros dependem da estrutura e da composição do polímero,
da presença de ligações cruzadas, da cristalização de cadeias, de ligações covalentes, da temperatura, e dos tratamentos efetuados. As propriedades mecânicas dos polímeros podem ser distinguidas como as que também são consideradas para os outros tipos materiais, compreendendo-se a resistência à compressão, a resistência à tração, a resistência ao puncionamento, o módulo de elasticidade, e a fluência.
Se comparadas com as de outros materiais, tais como o concreto, o aço e a cerâmica, as propriedades de resistência e de rigidez não são relevantes em termos de magnitude, mas sendo, em geral,
satisfatórias para os componentes em que os polímeros são utilizados normalmente em construção civil
(vedações, tubulações, e domos). Um aspecto que qualifica e diferencia os polímeros entre si é a deformação específica, distinguindo-se o caráter plástico ou elástico, e nesse aspecto, se leva em conta a temperatura.
b) Massa específica absoluta:
Constitui-se em uma propriedade característica dos polímeros, por não
ser esta muito elevada, quando comparada com a de outros materiais. Por
exemplo, para o polietileno esta é de 0,9 g/cm3, para o Poliestireno 1,05
g/cm3 , enquanto que para os
materiais cerâmicos é da ordem de 2,3 g/cm3 ,e para o aço 7,86 g/cm3.
c)
Intemperismo:
Os polímeros podem, de modo geral, ser resistentes quimicamente à ação da
água, ácidos e soluções salinas, diferenciando-se quanto aos casos específicos; isto é, para cada tipo de formulação podem existir os casos mais susceptíveis de degradação química. Por outro lado, os polímeros ordinários mais comuns são
susceptíveis à degradação quando expostos à radiação ultravioleta, sendo. este tipo de intemperismo, um dos que conduziu ao desenvolvimento de novas formulações com pigmentos.
d)
Comportamento térmico:
De modo geral os plásticos são bons isolantes térmicos. Quanto à ação
da temperatura,e às modificações internas, podem ser distinguidos os termoplásticos e os
termofixos. Os primeiros são susceptíveis à ação térmica, tornando-se mais
plásticos, e sujeitos à re-moldagem, por serem aqueles cujas cadeias são unidas por forças fracas,
enquanto que, os segundos são mais resistentes à ação térmica, podendo, inclusive, ter suas ligações mais fortalecidas pelo processo de novas polimerizações.
Estes são aqueles formados por cadeias tridimensionais e por ligações cruzadas.
O caráter do polímero como termoplástico ou termofixo deverá influenciar quanto aos tipos de atuações que poderão ser dados quando nas aplicações.
e) comportamento elétrico:
Os polímeros são
bons isolantes elétricos.
f)
Elasticidade:
Os polímeros podem permitir grandes alongamentos mediante
esforços de tração, havendo entre eles o caso dos elastômeros, que são os que
permitem maiores alongamentos, e com restauração total após o descarregamento.
Breve histórico dos tipos particulares de polímeros
Os plásticos: O conceito de
plástico está associado a propriedade de um material adquirir e conservar
determinadas formas, pela ação de uma força exterior. De acordo com Guedes e Fikaukas (1986), os plásticos tiveram início como produtos industrializados a
partir de 1864, com o celulóide (
nitrato de celulose), sendo este material ainda muito instável, decompondo-se
facilmente sob a ação da luz, e altamente inflamável. Ainda de acordo com os
autores citados, o primeiro químico a desenvolver seriamente pesquisas sobre a
polimerização e a condensação foi o belga Leo Hendrik Baekeland, de onde
procede o nome baquelita, do produto
lançado em 1909 e utilizada até hoje. A sequencia que se sucedeu pode ser
apresentada no Quadro 01:
Quadro
01: Principais plásticos conhecidos e o início de industrialização destes:
Celulóide
|
1864
|
Nylon
|
1935
|
Baquelite
|
1909
|
Polietileno
|
1939
|
Silicone
|
1930
|
PVC
|
1934
|
Acrílico
|
1932
|
ABS
|
1946
|
Poliestireno
|
1933
|
Teflon
|
1948
|
Policarbonato
|
1958
|
PPO
|
1964
|
Polipropileno
|
1959
|
Poliamida
|
1965
|
Acetal
|
1960
|
Contexto da aplicação dos polímeros
Os primeiros tipos de polímeros apresentavam limitações diante dos requisitos das edificações, tais como a resistência às intempéries, a estabilidade e durabilidade. Estes foram motivos para novos desenvolvimentos de pesquisas na área. Atualmente; hoje, justamente em decorrência das propriedades inerentes aos polímeros, eles ocupam o lugar de importância que são específicos para eles, face à suas baixas densidades, alta resistência elétrica, baixa condutividade térmica, impermeabilidade, flexibilidade e elevada resistência à corrosão. Neste sentido, os polímeros atendem à funções específicas tais como as de isolamento térmico, isolamento elétrico, impermeabilização, calafetação em casos de fissuras, juntas de dilatação em estruturas, esquadrias, e ainda como apoio de estruturas, injeções em reparos, componentes de reforço materiais poliméricos e betuminosos, em argamassas, e em outras funções, que serão elucidadas neste texto. Como sempre dito por nós, a engenharia não necessita somente de coisas rígidas, mas também de coisas que são flexíveis, e capazes de absorver deformações.
Os principais plásticos utilizados em
construção são apresentados a seguir:
Termoplásticos
Polietileno: O polietileno é
resultante da polimerização do etileno. Pode ser de baixa ou alta densidade, variando-se
então a resistência mecânica e química. Possuem boa flexibilidade nas
temperaturas ambientes usuais, baixo coeficiente de atrito, boa impermeabilidade, e resistência mecânica baixa para os casos mais ordinários. O polietileno é susceptível à degradação sob ação da luz e do
oxigênio, todavia, em formulações mais recentes, tem sido utilizados pigmentos
que podem aumentar a resistência do material quanto a estes tipos de
intemperismo. Outro aspecto limitante do polietileno é que este é propagador de
chamas, para os tipos mais ordinários.
O polietileno pode ser compreendido nas seguintes versões: Polietileno de baixa densidade (PEBD); Polietileno de alta densidade (PAED); Polietileno de baixa densidade linear (PELBD); Polietileno de ultra alta densidade (PEUBD) e o Polietileno de ultra baixa densidade (PEUBD).
O PEBD é parcialmente cristalino, apresenta boas tenacidade, satisfatória resistência ao impacto e resistência à algumas soluções aquosas. É atacado por solventes alifáticos clorados e aromáticos, estando eles sujeitos ao inchamento. Por outro lado o PEAD apresenta o maior número de ramificações e de cristalinidade, de modo a que isso implique em maior rigidez e resistência à tração. Possui aditivos para melhorar a resistência ao intemperismo e em especial a radiação ultravioleta.
Uma versão do polietileno ainda pode ser considerada, o Polietileno clorossulfonado. Este é o resultado da da polimerização do polietileno com o cloro e o enxofre, de modo a se produzir ligações cruzadas. Este material se comporta como um elastômero, é resistente á ação de diversos produtos químicos e apresenta bom desempenho até á temperatura de 150 C , apresenta boa resistência á abrasão, ao ataque do Ozônio, e baixa inflamabilidade.
São utilizados como tubos flexíveis atuando como eletrodutos, e também como revestimento de cabos elétricos, além de fios para reforços, malhas, eletrodutos e em fabricação de mantas de impermeabilização, devendo haver compatibilidade entre os tipos apresentados, funções e propriedades destes materiais.
Poliestireno: O Poliestireno é marcado pela dureza e rigidez, dotado também de elevada resistência à tração. Quanto ao desempenho térmico, estes podem atuar à temperaturas da ordem de até 90 a 95 C. Este material tem como aspecto negativo o de não ser auto extinguível diante de um incêndio. Este é o caso do poliestireno de peso molecular mais elevado. As aplicações do poliestireno tem sido na fabricação de assentos sanitários, espelhos para tomadas, entre outras.
Existe o caso do poliestireno expandido, conhecido como "isopor", mediante a fabricação deste com geração de espuma. Devido à expansão que ocorre, o volume pode aumentar da ordem de 50 vezes, para a mesma massa. O Poliestireno expandido apresenta inércia desprezível. A aplicação do Poliestireno expandido tem sido para as funções de isolantes térmicos, preenchimento de juntas de dilatação em estruturas, na fabricação de lajes nervuradas e de concreto leve.
Polipropileno: O polipropileno é um polímero linear e cristalino, com relativa rigidez e resistência à tração. É o plástico mais leve dos conhecidos, com densidade em torno de 0,9 g/cm3 . O polipropileno pode ter a sua resistência mecânica melhorada com a adição de fibras de vidro, por exemplo. O material também é frágil à temperaturas baixas, e do ponto de vista químico ele pode ser atacado por compostos halogenados, ácido nítrico, hidrocarbonetos aromáticos e clorados. Apresentam ainda baixa resistência à radiação ultravioleta. Pode ser utilizado em tubulações não pressurizadas em temperaturas de trabalho de até 90 0 C .
O Polipropileno pode ser utilizado na fabricação de tubos rosqueáveis para água fria, e para a fabricação de fibras para concreto.
Policloreto de vinila (PVC): O PVC é o composto cuja unidade é o
cloreto de polivinila. O material é um termoplástico, que pode ser encontrado
tanto rígido como flexível. É bastante estável quimicamente, quando
consideradas as ações da água, ácidos fracos, álcool, óleos, graxas, benzinas,
e álcalis, mas é instável diante de ésteres, éteres, hidrocarbonetos clorados e
cetonas. Além disso o PVC é isolante térmico, bom isolante acústico, bom isolante elétrico, e ainda apresenta boa resistência à oxidação e baixa permeabilidade.
O PVC apresenta diversas utilizações
na construção civil, especialmente na forma de tubos para instalações prediais (Figura 8),
eletrodutos (Figura 9), perfis (Figura 10), esquadrias (Figura 11) e mantas para impermeabilização (Figura 12).
Figura 8: Tubo de PVC
Figura 9: Sistema de eletrodutos
Figura 10: Perfil em PVC
Figura 11: Esquadria em PVC
Figura 12: Manta de impermeabilização
Para instalações prediais de água fria, deve-se considerar as limitações de
temperatura para o bom desempenho do PVC
comum, sendo esta definida em até 65 oC. Para o caso do CPVC (cloreto de polivinila
clorado), a temperatura de trabalho pode ser estendida a até 100 oC, sendo este material
recomendado para o uso em instalações prediais de água quente. Sobre o uso do
PVC em eletrodutos, tem-se o fato
destes serem antichama, sendo preferidos, com relação ao polietileno, já
referido anteriormente. Ainda sobre o uso do plástico em instalações prediais,
deve-se considerar a expansão térmica destes, a qual é bastante significativa, havendo procedimentos construtivos que
visam contornar esta situação, como se evitar grandes trechos em linha reta, ou
prever a dilatação dos tubos com o uso de juntas adequadas (deve-se atentar
para o contexto de cada caso).
As juntas soldadas são realizadas
geralmente por meio de solda fria, onde um produto atua como solvente,
promovendo a dissolução na superfície a ser colada, e, um outro atua como
adesivo. Por outro lado, as juntas elásticas são realizadas por sistema de
encaixe, tipo ponta e bolsa, e, existe um anel de borracha em lugar
estratégico, para promover a vedação do sistema.
Para os sistemas de impermeabilização com PVC, utiliza-se a forma flexível.
Como o material é termoplástico, é facilitada a união das mantas por soldagem à
quente. Dentre os requisitos de desempenho para este tipo de material nesta
situação, têm-se a impermeabilidade; a resistência mecânica à tração, para que
não ocorra o rasgamento; a elasticidade, de modo a acompanhar a movimentação da
estrutura; a estabilidade química; a resistência à fadiga e a resistência ao puncionamento.
A Figura 13 ilustra a disposição da manta em um sistema genérico de impermeabilização.
Finalmente, têm-se o uso do PVC
transparente na forma de coberturas,
e vedações. Convém considerar que a
cor do PVC é atribuída normalmente à presença de pigmentos, razão pela qual este é transparente, e deve se considerar se é mais susceptível ao intemperismo, pela radiação ultravioleta. As vantagens do uso deste tipo de material nestas situações estão
principalmente no baixo peso, e no custo.
Acetato de polivinila (PVA): A polarização deste composto produz um material com baixa resistência mecânica e com uma boa adesividade. Por isso ele foi direcionado para a produção de tintas de emulsão e colas brancas.
Termofixos
Poliéster: São polímeros que permitem fazer fios dotados de grande resistência mecânica, com elevada resistência á tração e baixo coeficiente de atrito. Tem como desvantagem a de serem higroscópicas.
Borracha butílica (SBS): É composto de
isobutileno e isopreno, tornando-se em um polímero flexível, termofixo, e
utilizado como manta para impermeabilização, assim como reforços de fibras em concretos e argamassas impermeáveis. Enquanto utilizado como manta de impermeabilização, incide sobre este os mesmos requisitos já citados para o PVC
flexível neste tipo de aplicação, e convém considerar que, sendo este
termofixo, a solda por aquecimento se torna inviável, devendo ser esta
realizada por meio se solventes especiais. O material apresenta bom desempenho desde -40 a 150 C.
Acrílico: O acrílico é um
plástico com estrutura amorfa, elevada transparência, e resistência à radiação
ultravioleta e aos ataques químicos. Quando na forma rígida, pode ser utilizado
em domos (Figura 14) e vedações (Figura 15), com vantagens sobre o PVC. Existem também membranas
acrílicas, utilizadas em sistemas de impermeabilização.
Figura 14: Domo
Figura 15: Sistema construtivo com elemento de vedação
Fiberglass: É o plástico
composto por Poliéster e fibra de vidro. A utilização recomendada é a mesma que
para o caso anterior.
Policarbonato: É obtido por
reação de condensação entre o fosfogeno e o Bisfenol-A, resultando em um
material de grande resistência ao impacto e às intempéries. Tem utilização
similar à dos últimos citados. O Policarbonato ainda apresenta boa estabilidade dimensional e transparência.
Silicone: Este material se caracteriza por
apresentar o carbono substituído pelo grupo “siloxano”, composto basicamente
por silício e oxigênio. Como resultado, têm-se um material menos sensível ao
calor, e com natureza orgânica-inorgânica. O silicone é repelente à água, e é
um material útil na fabricação de tintas que tenham este objetivo. Além disso o Silicone apresenta propriedades de anto-aderência, elevada resistência química, resistência ao intemperismo e baixa tensão superficial.
As aplicações do Silicone na construção estão em proteção contra umidade em paredes de alvenaria e concreto, selantes em juntas de dilatação, vedação em esquadrias.
Resinas epoxi: Um sistema epoxi se caracteriza pela necessidade de um material catalizador para que se ocorra a polimerização. As resinas epoxi apresentam propriedades de serem estáveis, e resistentes mecanicamente, de modo a poder serem utilizadas em injeção de fissuras e trincas, união de concreto e aço em reforços, argamassa de vedação em concretos, adesivos para reparos em argamassa e concreto.
Resinas de formaldeído: é composta por Formaldeído-Aldeído fórmico em combinação com outros tipos de monômeros. Deste tipo de material são distinguidas as resinas fenólicas, aminada e melamínica. Estes materiais podem apresentar boa resistência mecânica, dureza, resistência ao risco e á abrasão. São aplicados em materiais que requerem resistência à abrasão e aos impactos, em vernizes e adesivos.
Elastômeros
Elastômeros de solução: Os elastômeros de solução têm grande
aplicação no campo da impermeabilização. De acordo com VERÇOZA (1983), a
borracha natural, resultante da polimerização do isopreno, apresentou grandes
limitações para utilização em sistemas de impermeabilização, principalmente
devido à sua fácil degradação, à vulcanização progressiva, e às dificuldades de
ser aplicada como tinta. Como tentativas de se reproduzir polímeros sintéticos
similares à borracha natural, mas sem as suas limitações, surgiram no mercado
os produtos designados por Neoprene,
resultante do acetileno e do cloro; e Hypalon,
polietileno clorossulfonado. Estes materiais são normalmente polímeros
dissolvidos em um solvente orgânico que, ao evaporar, deixa uma membrana
formada. Convém considerar os fatores de inflamabilidade e toxidez relativos à
primeira solução. O Neoprene e o Hypalon são utilizados normalmente em
sistemas, onde, o Hypalon se constitue a camada externa. De modo geral, o
Neoprene se apresenta com menor resistência às intempéries, e o Hypalon
apresenta bom desempenho quanto à este aspecto.
As soluções ora apresentadas são
moldadas no local, e, conforme PICCHI (1987), são adequadas para a
impermeabilização de coberturas em cascas e abóbodas, onde, se requeira
exposição às intempéries, beleza, e leveza. Deve-se considerar que estes aderem
à superfície perfeitamente.
Algumas definições oportunas
Mástiques:
Mástiques são massas resultantes de
materiais poliméricos com “cargas”, de modo a se obter materiais pastosos que,
ao endurecerem, conservam a plasticidade, e são aderentes à superfície onde são
aplicados. Os mástiques são utilizados normalmente com o fim de calafetar
juntas, rachaduras, fissuras, furos, e outras aberturas em edificações. Os
mástiques podem ser à base de silicone, poliuretano, asfalto, e borracha
clorada.
Resinas e emulsões:
O
termo resina compreende polímeros naturais, sem adições. Algumas resinas são
bastante conhecidas na construção civil, como por exemplo a de PVA (látex), as resinas acrílicas, e
epoxídicas. Por outro lado, uma emulsão é uma reunião de líquidos não
miscíveis entre si, por razões físico-químicas. Emulsões a partir de soluções
de polímeros podem ser utilizadas onde, quando a fase líquida evapora, ocorre
como resultado a formação de uma camada polimérica. Como exemplos de emulsões
na construção civil têm-se as tintas, e alguns tipos de materiais para
impermeabilização.
BIBLIOGRAFIA:
ANDRADE, J.J.O Propriedades dos polímeros Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de materiais, São Paulo, 2010, IBRACON/GERALDO ISAÍA, p1323-1350.
GUEDES, B; FIKALKAS, M. O plástico. São Paulo, 1986, Érica, 156p.
GUEDES, B; FIKALKAS, M. O plástico. São Paulo, 1986, Érica, 156p.
PICCHI,
F.A. Impermeabilização de coberturas. Tecnologia
de edificações, n 4, São Paulo, 1987, Pini, p21-26.
VAN VLACK, L.H. Ciência dos materiais. São Paulo, 1988,
Edgard Blücher, 427p.
VERÇOZA, E. Impermeabilização de construções. Porto Alegre, 1983, Sagra, 150p.
Sobre o autor:
Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004); e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.
Marco Antônio de Morais Alcantara é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de São Carlos-BR, com ênfase em Engenharia Urbana (1986); Mestre em Engenharia Civil, área de concentração em Geotecnia, pela Universidade Federal de Viçosa-BR (1995); Master Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2001); Docteur Génie Civil, Matériaux et Structures, pelo Institut National des Sciences Appliquées de Toulouse-FR (2004); e tem pós-doutorado em Estruturas pela Universidade do Porto-PT (2012). É docente da FEIS/UNESP desde 1987.