Marco Antônio de Morais Alcantara
Entende-se por impermeabilização todo tipo de sistema que atue de modo
a impedir a infiltração da água na edificação. Para compreende-la melhor, considera-se também o modo pelo qual a água tem acesso na edificação, a partir dos seus mecanismos básicos. A propriedade que determina o desempenho de um sistema de impermeabilização em resistir a infiltração da água chama-se "estanqueidade". Um projeto de impermeabilização constitui em um plano de ações, tendo em vista a implantação do sistema, o qual identifica os tipos de ações que irão afetá-lo, os materiais adequados, e a interação deste com as demais partes do sistema
construtivo do edifício, Este projeto de impermeabilização deve ser tratado da mesma maneira como são vistos os demais tipos de projetos, sendo então conveniente que ele seja concebido antes do início da obra. Em muitos casos, o projeto de impermeabilização, assim como a sua execução, são negligenciados no seu devido tempo; entretanto, considerá-los somente quando surgirem os problemas, pode acarretar em um custo muito mais elevado. Os
profissionais da construção, quer sejam eles engenheiros civis ou arquitetos, devem
ser capazes de especificar os tipos de sistemas que serão adotados, em
compatibilidade com o contexto específico da obra, além de selecionar os
materiais, e fiscalizar os serviços de execução.
A
problemática da água e da umidade em edificações e a importância
da impermeabilização
Os
sistemas de impermeabilização são importantes por diversas razões;
em primeiro lugar, pelos danos que podem ser causados em decorrência
do acesso da água ou da umidade em edificações, resultando em
disfunções; também, pelos fatores estéticos e de desconforto que
podem ocorrer, de modo até a se inviabilizar o uso de determinados
ambientes. Dentre os danos que podem ser causados, têm-se, por
exemplo, as goteiras, curto circuítos, os defeitos de pintura, as manchas em paredes,
conhecidas por eflorescências, a migração e a cristalização de
sais, e em casos extremos pode ocorrer até mesmo a queda de
revestimentos.
No
caso de estruturas pode se criar a condição favorável para que se
desenvolva a corrosão de armaduras.
De
modo geral o acesso da umidade se dá por meio dos mecanismos de
capilaridade e de difusão capilar. Os fenômenos de ascensão
capilar são explicados pela físico-química, e ocorrem em tubos
extremamente finos. O meio poroso cria capilares através dos poros e
da conexão destes. Os tijolos, concretos, e argamassas são meios
porosos. Além dos fenômenos capilares, pode-se distinguir ainda a
difusão interna, também através de capilares, em um contexto de
homogeneização da umidade.
Existe
ainda o mecanismo denominado por percolação, quando o efeito se dá
pela ação da gravidade.
Pelo
exposto, se houver ocorrido infiltração d’água em um elemento
construtivo, tal como uma laje, esta tenderá a promover, de modo
gradativo, a homogeneização e a saturação do elemento.
O
contexto da edificação com o ambiente
Onde
se faz mais necessário impermeabilizar, em quais elementos? Alguns
ambientes são passivos de impermeabilização, tais como as áreas
molháveis, representadas por cozinhas, áreas de serviços, salas de
banho, floreiras e outros; mas ainda, pode-se considerar os elementos
construtivos que poderão estar em contato com a água ou a umidade,
normalmente em terrenos, tais como subsolos, e os alicerces.
O
contexto da edificação com o ambiente se torna importante. Qual
seria a origem da umidade?
O
acesso da água pode se dar por razões e mecanismos diferentes,
quando se considera por exemplo os subsolos de edifícios, onde a
parede esteja diretamente em contato com o solo úmido, sob pressão,
ou de paredes que simplesmente estejam em contato com o solo; diante
da ausência de uma barreira impermeabilizante, o acesso da umidade
poderá ter lugar. Os alicerces de sapata corrida ou de vigas
baldrame são passíveis de impermeabilização. A ausência de
impermeabilização pode permitir o acesso da água à parede, e
danificar sistemas de pinturas que se localizam logo acima dos
rodapés.
No
caso de a água for proveniente de um meio confinado, esta estará
sob pressão, como nos casos de reservatório ou de subsolos. Se a
pressão for no sentido de comprimir a impermeabilização ela é
dita de positiva, e em sentido contrário, de arrancar a
impermeabilização ela é dita como negativa. Quando a água não
exerce pressão hidrostática, mas atua sob a influência da lei da
gravidade, ela é considerada como água de percolação.
E
também, o acesso da umidade poderá se dar pelo grau de umidade do
ar, no ambiente em questão. A tendência, normalmente, é que os
materiais absorverão a umidade do ambiente, desde que estes
apresentem maior grau higrotérmico. Este processo estará também
relacionado ou na dependência do projeto arquitetônico, em termos
das condições de insolação e de ventilação, que poderão
influenciar na concentração de umidade no ambiente. Este tipo de
umidade pode ficar retida na superfície do elemento, mas constituir
em algo ativo na formação e desenvolvimento de fungos.
Os
sistemas de impermeabilização
Os
tipos de sistemas de impermeabilização podem ser diferentes,
definidos conforme os contextos de aplicação dos materiais, e dos
sistemas construtivos. Estes estarão sujeitos a desempenhos
diferenciados e à condições particulares quanto à durabilidade,
mas devem ser compatíveis quanto às contingências que atuam sobre
eles. Pode-se distinguir, por exemplo, os sistemas de
impermeabilização de massa, de membranas, e de pinturas. Cada qual
representa um tipo particular de sistema, sujeitos à diferentes
condições de julgamento e de validade para serem aplicados.
Os
sistemas de impermeabilização de massa são aplicados através do
uso de aditivos, adicionados aos concretos e às argamassas, os
quais deverão obturar os poros criados pelos vazios do material. A
Figura 1 ilustra o caso de um concreto supostamente aditivado com
impermeabilizantes.
Figura 1: Impermeabilização de massa
Ainda, pode-se contar com os traços dos concretos, que podem ser
tais que favoreçam a impermeabilidade.
Os
sistemas de mantas ou de membranas, por sua vez, se caracterizam pela
superposição de mantas ou de membranas impermeáveis sobre as
estruturas, de modo a poder impedir o acesso da umidade a estas
estruturas, conforme a Figura 2. A ilustração não inclui outros
elementos construtivos.
Figura 2: sistema de impermeabilização por membrana
De um modo geral, tanto as membranas como as mantas são constituídas à base de material polimérico ou asfáltico, podendo ser moldadas no local, no caso das membranas, ou podem ser pré-fabricadas, como nos casos das mantas. Existem requisitos de desempenho particulares, e, a partir destes requisitos, pode ser analisado o contexto e o desempenho provável do sistema, de modo que aos tipos particulares de mantas podem se associar outros materiais, tanto para o reforço destas, ou que cumpram outras funções, tais como as de proteção mecânica ou a de isolamento térmico.
As membranas, moldadas in loco, são realizadas com materiais betuminosos ou com “elastômeros em solução”. Estes são aplicados com o auxílio de vassouras com cerdas especiais.
No
do uso de materiais betuminosos, se pode referir ao uso do cimento
asfáltico de petróleo (CAP), da solução asfáltica, ou ainda de
emulsão asfáltica. A solução asfáltica e a emulsão asfálticas
são casos de diluição do asfalto em solvente orgânico ou em água.
O solvente orgânico é normalmente um material compatível de
natureza orgânica, tais como nafta ou querosene. No caso da emulsão
asfáltica, a diluição é realizada em água somente e será
possível com o auxílio de um “agente emulsionante”. As soluções
asfálticas vêm a resolver um problema da sistemática de aplicação
do material, de modo que a viscosidade do material seja rebaixada sem
o auxílio da temperatura, o qual se constitui uma operação
periculosa.
Para
o caso do uso de elastômeros de solução, se recorre ao uso de uma
combinação conhecida como “Neoprene-Hypalon”. Estes dois tipos
de materiais sintéticos se caracterizam por apresentar deformações
de até 100% do seu comprimento inicial. A solução é composta,
visto que um é deles é sensível à radiação ultravioleta,
devendo o segundo proteger o primeiro. De um modo geral este é
dotado de pigmentos protetores. Os sistemas de Neoprene-Hypalon são
bastante utilizados quando em superfícies não planas, tipo
abóbadas, ou em superfícies planas onde não ocorra tráfego.
Os sistemas de pinturas superficiais, tais como tintas à base de resinas de silicone ou de epoxi, não são considerados propriamente como impermeabilização, mas sim pinturas impermeabilizantes. Estas estão sujeitas à condição de tempo de durabilidade, devendo ser substituídas.
Os sistemas de pinturas superficiais, tais como tintas à base de resinas de silicone ou de epoxi, não são considerados propriamente como impermeabilização, mas sim pinturas impermeabilizantes. Estas estão sujeitas à condição de tempo de durabilidade, devendo ser substituídas.
Desempenho
dos sistemas de impermeabilização
Cada
um dos sistemas apresentados estão justificados por um contexto
particular, e são passíveis de sofrer disfunções quanto ao
desempenho, quando as condições atuantes se diferenciem daquelas em
que foram concebidas quando no projeto de impermeabilização; por
esta razão, algumas questões são apresentadas sobre as
particularidades destes sistemas de impermeabilização.
Com
relação aos sistemas de impermeabilização de massa, estes são
compreendidos como sistemas rígidos, e propostos para os casos onde
não se conte com forte exposição solar, grande variação térmica,
vibração ou outro tipo de ação dinâmica.
Algumas
questões podem ser consideradas quanto à microfissuração da
estrutura. O concreto deve ser bem executado, de modo a não
apresentar problemas de fissuração, e que venham a comprometer a
estanqueidade do sistema. Este deve ser dosado corretamente, e bem
cuidado quanto à execução e à cura. Sendo o concreto um material
frágil, este pode sofrer fissuras em decorrência das tensões
criadas à estrutura, ou por esforços gratuitos de tração ou de
flexão não previstos no projeto. Uma vez que existem caminhos
preferenciais para o acesso da umidade, a estrutura tende a ter a
estanqueidade comprometida.
Com
relação aos sistemas de impermeabilização por membranas ou de
mantas, considera-se que estes são do tipo flexíveis, e que possam
tolerar melhor os tipos solicitações citados anteriormente, como
esforços dinâmicos à estrutura. Para estes casos a
impermeabilização deverá ser capaz de acompanhar as deformações
da estrutura.
Algumas
questões podem ser levantadas quanto ao contexto de trabalho e ao
desempenho relativo.
Estas
estarão solidárias à estrutura. Pode-se considerar tanto os casos
de estruturas aderidas como flutuantes. No primeiro caso, se trata
exclusivamente de membranas moldadas in loco, e o segundo, as mantas
pré-fabricadas. A eficácia da impermeabilização se dará em
primeiro lugar pela estanqueidade da manta. Cria-se o caso de um
compósito, onde, as deformações causadas pelo trabalho térmico da
estrutura, deverá ter a participação solidária da manta de
impermeabilização.
Embora
não pareçam perceptíveis, as variações dimensionais da
estrutura, induzidas pela variação térmica, provocam esforços
solicitantes de tração no elemento de impermeabilização. Isto
requer desta a resistência aos esforços de tração, e ainda as
propriedades elásticas compatíveis. Alguns complementos poderão
compor os sistemas de impermeabilização, como, por exemplo, o uso
de isolante térmico, de modo que venha a se diminuir a variação
térmica.
Pode-se falar também dos riscos de que a manta de impermeabilização
seja perfurada, por exemplo, por algum grão de areia da argamassa.
Neste sentido, o material deve ser dotado também de “resistência
ao puncionamento”. Não obstante a isso, se adota um elemento
denominado por proteção mecânica. A Figura 3 apresenta um sistema
de impermeabilização envolvendo diversos constituintes.
Figura 3: Elementos acessórios componentes de um sistema de impermeabilização
Da figura podem ser distinguidas as camadas de regularização, que tem por finalidade nivelar a superfície; a camada de primer, que tem por finalidade melhorar a adesão da membrana ao substrato; a camada separadora, que tem por finalidade proteger a impermeabilização; o contrapiso, o piso, ao lado o mástique, o qual tem por finalidade absorver as deformações do material rígido.
Do
ponto de vista mecânico e funcional, para as mantas de
impermeabilização, os principais requisitos de desempenho são que
elas apresentem resistência mecânica à tração, resistência
mecânica à compressão, resistência à fadiga, resistência ao
puncionamento, resistência ao rasgamento, elasticidade que permita
acompanhar as deformações da estrutura, e sobretudo,
impermeabilidade.
Uma
vez que a estanqueidade seja rompida em um determinado ponto, todo o
sistema estará comprometido, com base no papel da difusão capilar
no interior da estrutura, resultando em disfunções para a
construção.
Para os casos em que os sistemas de impermeabilização sejam feitos
por membranas asfálticas, devem ser feitas algumas considerações.
Em primeiro lugar, de que o material não é estanque, mas sim,
repelente à água, e que deverá haver uma espessura mínima de
aplicação para que o efeito impermeabilizante seja dado (A água
sob pressão poderá atravessar a membrana).
O
material asfalto tem algumas características que recomendam atenção.
A longo prazo, este apresenta a perda gradual de componentes
voláteis, conduzindo-se ao envelhecimento e à perda de
elasticidade, tornando-se quebradiços. Uma vez que o material esteja
sob estas condições, para a impermeabilização, se compreende que
este poderá fissurar facilmente, diante de esforços de tração,
oriundos do trabalho térmico da estrutura.
O
asfalto utilizado em membranas asfálticas pré-fabricadas é o do
tipo oxidado, em que, através de um jato quente, se estabiliza este
processo de perda de componentes voláteis. Este tratamento implica
na diminuição da elasticidade do material, mas dentro das condições
de tolerância para este aspecto.
De
modo geral estas membranas vem em rolos, com cobertura de
polietileno, de areia fina ou de ardósia, para proteção da
superfície.
Dentre as opções de utilização do asfalto moldado in loco,
pode-se recorrer ao uso do cimento asfáltico de petróleo, ou de
soluções, ou de emulsões asfálticas. De algum modo, estas
soluções oferecem vantagens em termos de aplicação, tendo em
vista que não necessitam ser aquecidas para o rebaixamento da
viscosidade, e ainda que, elas aderem bem ao substrato úmido, melhor
do que o cimento asfáltico de petróleo. Contudo as soluções e as
emulsões asfálticas apresentam menor condição de durabilidade do
que o asfalto natural.
Os
materiais betuminosos apresentam ainda como característica a
fluência com o nível da temperatura; por esta razão, costumam ser
adotados acessórios denominados por “reforços”, ou “armaduras”,
de modo a minimizar este processo. Os tipos mais comuns são a lã de
vidro, e algumas resinas poliméricas.
Preparação dos serviços e cuidados especiais
Alguns
cuidados devem ser tomados em consideração quando na execução dos
serviços de impermeabilização. Em primeiro lugar, a superfície
deverá estar limpa e isenta de poeira, de modo a se ter melhor
condição de aderência da impermeabilização.
No
caso de lajes de cobertura deve haver um caimento mínimo, da ordem
de 1%, de modo que a água não se acumule sobre a impermeabilização.
As mantas são fixadas ao substrato em suas partes extremas, e apresentam recobrimento mínimo quando considerada uma e outra manta.
A solidarização da manta ao substrato se dará conforme a natureza do polímero que compõe a manta; para o caso da borracha butílica, termoplásticas, a aplicação se dará com o auxílio do processo térmico, com o auxílio de maçaricos, e para o caso do PVC, termofixo, a solidarização se dará com o auxílio de adesivos e de solventes especiais.
É
evidente que se deve ter o cuidado de não perfurar o sistema de
impermeabilização, quando na execução de alguns serviços, como
os de instalação de antenas.
Para
os casos de materiais de membranas pré-fabricadas, ou moldadas in
loco, toma-se em consideração a dimensão da laje de cobertura, em
termos da área, de modo a poder ter algum controle sobre a variação
dimensional da estrutura.
Algumas
disposições construtivas importantes associadas aos sistemas de
impermeabilização
Alguns
elementos construtivos estão associados aos sistemas de
impermeabilização, devendo ser tomados alguns cuidados quanto à
disposição desta ou dos seus acessórios, com relação a esses
elementos, de modo a se garantir a estanqueidade. São os casos de:
rodapés, soleiras de portas, platimbandas, ralos, e outros.
Para
os casos de transição entre pisos e paredes, rodapés e
platimbandas, nos cantos de interface, a impermeabilização nunca
deve ser interrompida, em outras palavras, não deve haver espaço
preferencial para a umidade, seja por meio do piso ou da parede. A
impermeabilização deve acompanhar a mudança de direção com relação ao piso, e ser
embutida, conforme a Figura 4 (a figura dispensa os demais elementos
construtivos).
Figura 4: Encontro piso parede
Em encontros entre pisos e paredes a argamassa de regularização deve acompanhar a mudança de direção, de forma a se tornar em uma ‘meias-cana”, com o raio da ordem de 8,00 cm.
Para
os casos de paredes e de alicerces em contato com o solo, deve-se
prevenir o acesso da umidade, a qual pode vir do solo através do
contato lateral da parede com este, induzindo-se à percolação; ou
por meio da ascensão capilar, pelo alicerce. Para tanto,
recomenda-se que a parede seja revestida com argamassa impermeável
até a altura de 0,8 m do lado interno (a qual é a altura comum
capaz de a água subir por capilaridade); assim como os tijolos
assentados com argamassa impermeável até 0,35 m, e do lado externo,
a argamassa seja impermeável até 0,6 m acima do nível do solo.
O alicerce ou o baldrame deve ser revestido de argamassa impermeável, com a espessura de 1,5 cm, descendo até 0,15 m, em forma de capeamento. Um material betuminoso pode ser aplicado sobre o capeamento do alicerce, entre a argamassa e a parede. O contrapiso também pode ser feito com o uso de argamassa impermeável. A Figura 5 procura ilustrar os casos de paredes e de alicerces.
Figura 5: Alicerces paredes e contrapisos
Nos casos de pisos, estes podem ser feitos a partir de uma combinação de concreto não impermeável e com uma argamassa impermeável, de aproximadamente 3,5 cm, como sugere na Figura x, agora apresentada.
As
escadas podem apresentar caminhos preferenciais para a penetração
de água ou de umidade. Por esta razão ela precisa ter proteção
por completa, como sugere a Figura 6.
Figura 6: Impermeabilização em escadas
Com relação às soleiras, a impermeabilização deve proteger a soleira, os marcos de portas e as portas como sugere a Figura 7. Nestes locais, a água pode ficar represada. A impermeabilização deve adentrar pelos menos 50 cm,
Figura 7: Soleiras
Nos casos de mastros e antenas, deve se atentar para que a impermeabilização não seja perfurada quando na instalação destes acessórios. As perfurações devem ser realizadas previamente, e a impermeabilização deve acompanhar o acessório, conforme a Figura 8.
Figura 8: Mastros de antenas
Um dos aspectos mais importantes também é com respeito aos casos de
ralos e tubulações, de modo a poder garantir a continuidade da
estanqueidade. Neste caso, a junta entre a laje e o ralo pode se
tornar um caminho preferencial para a água. A Figura 9 mostra como a
impermeabilização deve recobrir o ralo.
Figura 9: Ralos e cuidados
Deve-se prever o diâmetro de 25 mm a mais, conforme o cálculo da
vazão, pois os arremates finais diminuem a seção.
Em
terraços, a inclinação dos pisos deve ser de aproximadamente 1%,
de modo a se permitir o escoamento das águas. Recomenda-se ainda um
ralo para cada 50 m2, e o diâmetro mínimo de 75 mm.
No
caso do uso de mantas de impermeabilização, estas devem apresentar
sobreposição de 10 cm, conforme a Figura 10.
Figura 10: Sobreposição de mantas
Nas juntas entre lajes deve ser feita a impermeabilização, contando
com recursos tais como mantas, mástique e acessórios de ligação,
a partir de materiais metálicos ou poliméricos.
Dentre
a composição de um sistema de impermeabilização podem ser citados
os seguintes elementos:
-Estrutura:
É a estrutura que está sendo protegida.
-Regularização:
Tem por finalidade conferir o nivelamento e a regularização da
superfície, de modo à se evitar a ocorrência de elementos pontudos
que possam perfurar a impermeabilização.
-Primer:
Tem por finalidade promover a melhor aderência entre a superfície e
a impermeabilização, para os casos de impermeabilização por
pinturas.
-Impermeabilização:
É o elemento principal e funcional do sistema.
-Proteção
mecânica: Tem por fim proteger a camada de impermeabilização de
possíveis perfurações. Normalmente ela possui juntas a cada 1,5 m.
Proteção
térmica: Tem por fim diminuir os gradientes térmicos que possam
atuar na estrutura e impermeabilização, de modo a diminuir o
“trabalho” das estruturas com variações dimensionais causadas
pelas expansões e contrações.
Piso:
É o acabamento.
Mástique:
Tem por finalidade permitir a absorção das deformações dos
sistemas cimentícios, entre o sistema de impermeabilização e a
parede.
Impermeabilização
no contexto e funcionalidade
Quanto
ao tipo de estrutura que se vai impermeabilizar, se deve considerar o
estádio de cálculo, a sua finalidade, a presença de cargas
atuantes; deve se considerar sobre como a estrutura será solicitada,
de modo que o sistema de impermeabilização seja compatível. As
deformações devem ser previstas, e a elasticidade requerida. Alguns
tipos de estruturas podem ser impermeabilizadas por um sistema de
impermeabilização rígida, onde ela não estará sujeita à
condições de esforços de flexão ou de fadigas, como nos casos de
subsolos (Figura 11).
Figura 11: Contexto de subsolos
Um contexto bastante apontado é quanto à pressão da água, em termos de atuação sobre o sistema de impermeabilização. Neste sentido, a pressão da água poderá impor pressão lateral, no sentido de comprimir o sistema, ou de arrancar o sistema de impermeabilização, quando no sentido inverso. Considerando o primeiro, pode-se tomar o exemplo de reservatórios que estejam apoiados, quando se considera a ação da água do seu interior; e no segundo caso, a ação da água exterior, para o interior do reservatório, nos casos de reservatórios enterrados (Figura 12).
Figura 12: Contextos de reservatórios